1 a cada 3 mulheres passam por alguns sintomas de incontinência urinária.
Atividades simples e corriqueiras do dia a dia podem tornar-se um martírio se a sua vida depender sempre de ter um banheiro por perto. Essa é a realidade de pelo menos 5% da população mundial que sofre de incontinência urinária, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para conscientizar a população sobre esse problema que afeta tanto homens quanto mulheres, foi criado o Dia da Incontinência Urinária, comemorado todo dia 14 de março.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), uma em cada 25 pessoas no Brasil sofre de incontinência urinária e menos de 1/3 destes procura orientação médica. O cirurgião-urologista, Giuseppe Figliuolo, presidente da SBU Seção Amazonas, explica que a doença acomete 35% das mulheres após a menopausa, 40% das mulheres gestantes e entre os homens, cerca de 5% dos submetidos à cirurgia para retirada da próstata (prostectomia), mas a disfunção pode aparecer em qualquer fase da vida.
“A incontinência urinária é a perda involuntária de urina e esta é uma data importante para alertar a população sobre o problema que, quando aparece, vem acompanhada de desconhecimento e ansiedade, e acaba afetando diretamente o convívio social, já que muitos acabam se isolando. Assim, a pessoa passa a ter receio de determinadas situações, restringe sua vida sexual e sente-se frequentemente envergonhada, o que pode favorecer o aparecimento de um quadro de depressão”, afirma o urologista.
O problema também pode surgir como um sintoma de alguma doença como infecção urinária, cálculo vesical, tumores de bexiga, poliúria e outras doenças neurológicas como Parkinson, sequelas de AVCs ou lesões na medula.
Os sintomas de que algo está errado no sistema urinário são: Liberação involuntária de urina, especialmente ao tossir, espirrar ou rir; vazamento de uma pequena a moderada quantidade de urina; frequente e incontrolável necessidade súbita de urinar; jato urinário fraco; necessidade de se esforçar ao urinar e uma sensação de que a bexiga não está vazia.
O mito de que só acomete pessoas mais velhas também precisa ser combatido, segundo Figliuolo. A atriz britânica Kate Winslet, já admitiu que convive com o problema. No caso dela, a doença e do tipo incontinência urinária de esforço, que provoca perda involuntária de urina quando o corpo está sob pressão física, como, por exemplo, tossir, espirrar, rir, levantar objetos pesados ou até mesmo a fazer exercício físico. Um outro tipo é a incontinência urinária de urgência, quando aparece o desejo forte e repentino de urinar sem que a pessoa consiga chegar a tempo ao banheiro. Pode ocorrer também quando há uma pequena quantidade de urina na bexiga. “Há também a possibilidade de ocorrência das duas formas e para todos os casos, existe tratamento”, afirmou Giuseppe Figliuolo.
Os tratamento atuais são eficientes e garantem a melhora em 80% dos casos, segundo o especialista. “A escolha do tratamento para incontinência urinária ocorre após o diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária. Ela muda de acordo com o quadro clínico de cada paciente e é possível que ele faça uma combinação de vários como cirurgia, fisioterapia, medicamentos, entre outros. É importante que não haja vergonha diante do médico para buscar a melhor solução”, explica Giuseppe Figliuolo.
Prevenção
A principal forma de prevenção são os hábitos saudáveis como não fumar; controlar o peso nas gestações; consultar o médico regularmente e controlar doenças crônicas como diabetes e hipertensão; evitar o sedentarismo e a obesidade, praticando exercícios moderados regularmente e mantendo uma alimentação balanceada e rica em fibras; evitar e tratar a prisão de ventre; além de fazer exercícios para o fortalecimento da musculatura pélvica. Um exemplo disso é movimentar a bexiga, quando estiver vazia, como se fosse para segurar a urina, contraindo ao mesmo tempo os glúteos. Manter a contração por 10 segundos e descansar por mais 10, em 10 repetições, durante três sessões diárias.
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